Ementa, Programa e Bibliografia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

 

DISCIPLINA: JORNALISMO DE DADOS - ECL379 (60 horas / 3 créditos)
PROFESSOR:
Paulo César Castro
DIAS E HORÁRIO:
Quintas-feiras, de 10 às 12h (síncrona)


Ementa
Jornalismo de Precisão, Reportagem Assistida por Computador (RAC) e Jornalismo de dados. Lei de acesso à informação, open government, open data; operações matemáticas e estatísticas; dado, informação, conhecimento, inteligência; dados estruturados e não estruturados: planilhas, bases e bancos de dados, redes sociais, dados públicos, mapas georreferenciados; coleta, limpeza, análise, interpretação e visualização de dados; big data, algoritmos, robôs, linguagens de programação, ciência de dados e inteligência artificial; narrativas guiadas por dados.


Objetivos
Fornecer subsídios teóricos e práticos para a produção de reportagens dirigidas por dados. Para isso, além de aspectos históricos e técnicos sobre bases, estruturas e formatos de dados, a disciplina terá como objetivo tratar das diferentes etapas de produção do jornalismo de dados.



Programa
Unidade I - Do small ao big data
1.1. Digitalização, Sociedade da Informação e produção massiva de dados
1.2. Acesso aberto, dados abertos, open government
1.3. Lei de Acesso à Informação (n. 12.527, de 18 de novembro de 2011)
1.4. Lei Geral de Proteção de Dados (n. 13.709, de 14 de agosto de 2018)


Unidade II - Do dado à informação
2.1. Pirâmide do Conhecimento: dado, informação, conhecimento, sabedoria
2.2. Dados e metadados
2.3. Dados estruturados e não-estruturados
2.4. Estrutura de banco de dados relacional: tabela, campo (coluna), registro (linha), chave primária, tipos de campos, relacionamentos entre tabelas
2.5. Padrões de representação de dados – abertos e proprietários – e codificação de caracteres


Unidade III - Jornalismo de Dados: por onde começar um projeto
3.1. Jornalismo de Precisão
3.1. Formulação da pergunta antes da exploração dos dados
3.2. Exploração prévia dos dados para formular a pergunta

Unidade IV – Coleta
4.1. Métodos, recursos e ferramentas: planilhas, bancos de dados
4.2. Dados não estruturados, raspagem e mineração de dados
4.3. Dados em páginas web: HTML e CSS
4.4. API – Application Programming Interface: acesso direto aos dados

Unidade V – Limpeza e Preparação
5.1. Qualidade e consistência de dados
5.2. Métodos, recursos e ferramentas

Unidade VI – Análise e Processamento
6.1. Métodos, recursos e ferramentas
6.2. Cálculos matemáticos e estatísticos
6.3. Cruzamento de bases de dados


Unidade VII – Visualização
7.1. Métodos, recursos e ferramentas
7.2. Tabelas, gráficos, mapas


Unidade VIII – Complementação
8.1. Entrevistas de fontes oficiais, especializadas e personagens
8.2. Publicação


Bibliografia básica

GRAY, Jonathan; BOUNEGRU, Liliana. Manual de jornalismo de dados: rumo a uma prática crítica de dados. Abraji, Insper, Escola de Dados, Open Knowledge Brasil, Google News Initiative, DataJournalism.com, European Journalism Centre. https://knightcenter.utexas.edu/JC/courses/DATA0819/Port/266002444-Manual-de-Jornalismo-de-Dados-Como-os-jornalistas-podem-usar-dados-para-melhorar-suas-reportagens-Editado-por-Jonathan-Gray-Liliana-Bounegru-e-Lu.pdf
GRAY, Jonathan; BOUNEGRU, Liliana; CHAMBERS, Lucy. Manual de Jornalismo de Dados. São Paulo: ABRAJI, 2016
BARBOSA Susana (org.). Jornalismo digital de terceira geração. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2007. Livros Labcom, 2007. Disponível em: http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/20110824-barbosa_suzana_jornalismo_digital_terceira_geracao.pdf
MANCINI, P. Hackear el periodismo: manual de laboratório. Buenos Aires: La Crujiá, 2011.


Bibliografia complementar
ARNT, Héris. Palavras, bytes, linguagens: os caminhos do jornalismo. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005.
BRADSHAW, Paul. Data journalism heist: how to get in, get the data, and get the story out - and make sure nobody gets hurt. Leanpub, 2013.
BRADSHAW, Paul. Finding stories in spreadsheets: recipes for interviewing data - and getting answers. Leanpub, 2016. E-book disponível em https://leanpub.com/spreadsheetstories
BERRET, Charles; PHILLIPS, Cheryl. Teaching data and computational journalism. New York: Columbia Journalism School; Knight Foundation, 2016. (disponível em https://journalism.columbia.edu/system/files/content/teaching_data_and_computational_journalism.pdf)
DADER, José Luis. Periodismo de precisión: via socioinformática de descubrir noticias. Madrid: Editorial Sintesis, 2002.
DANTAS, Humberto; TOLEDO, José Roberto de; TEIXEIRA, Marco Antonio Carvalho (orgs.). Análise política & jornalismo de dados: ensaios a partir do Basômetro. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.
FELLE, Tom; MAIR, John; RADCLIFFE, Damian (eds.). Data journalism: inside the global future. Suffoll: Abramis, 2015.
GRAY, Jonathan; BOUNEGRU, Liliana; CHAMBERS, Lucy (eds.). Manual de jornalismo de dados: como os jornalistas podem usar dados para melhorar suas reportagens. Disponível em: https://knightcenter.utexas.edu/JC/courses/DATA0819/Port/266002444-Manual-de-Jornalismo-de-Dados-Como-os-jornalistas-podem-usar-dados-para-melhorar-suas-reportagens-Editado-por-Jonathan-Gray-Liliana-Bounegru-e-Lu.pdf
LEWIS, Seth C. (ed.). Journalism in an era of big data: cases, concepts, and critiques. Routledge, 2016.
MACHADO, Elias. O jornalismo digital em base de dados. Florianópolis: Calandra, 2006.
MAIR, John; KEEBLE, Richard Lance (eds.). Data journalism paperback: mapping the future. Suffoll: Abramis, 2014.
MAIR, John; KEEBLE, Richard Lance; LUCERO, Megan; MOORE, Martin (eds.). Data journalism: past, present and future. Suffoll: Abramis, 2017.
MEYER, Phillip. Precision journalism: a reporter's introduction to social science methods. 4th. ed. Maryland: Rowan & Littlefield, 2002.
MEYER, Phillip. The new precision journalism. Bloomington: Indiana University Press, 1991.
RIBEIRO, Alexsandro et al. Jornalismo de dados: conceitos, rotas e estrutura produtiva. Curitiba: InterSaberes, 2018.

* Para quem tem conta no Zotero, pode acessar outras indicações bibliográficas em: https://www.zotero.org/groups/1987099/data_journalism_research/items/EJ9NW2JC/library

Forma de avaliação

1. Participação ativa nas aulas

2. Atividades individuais a serem realizadas durante as aulas assíncronas
: Pesquisa de bancos de dados para alimentar, coletivamente, base para futuras consultas
: Exercícios com questões que envolvem coleta, limpeza, análise e visualização de dados
* Os itens 1 e 2, somados juntos, valerão até 2,0 pontos.

3. Trabalho coletivo (com até 4 componentes) que produção de reportagem dirigidas por dados, dividida em três momentos:
a) formulação de questão, coleta, organização/limpeza, análise e visualização de dados;
b) apuração e entrevistas de fontes relacionadas com o tema dos dados;
c) redação da reportagem combinando os itens (a) e (b).
* Vale até 8,0 pontos. Entretanto, não significará automaticamente a mesma nota para todo(a)s do grupo, pois será avaliada a participação equânime do(a)s componentes na execução da atividade.

 

 

 

Processo seletivo PET-ECO 2021

Resultado do processo seletivo do PET-ECO/UFRJ - março-abril/2021

Posição Nome 1a. Etapa (Texto) 2a. Etapa (Entrevista) Nota final
1 Sabrina Porto de Oliveira 8,0 10,0 9,0
2 Dandara Sol Campello 8,0 9,8 8,9
3 Kethury C. Pereira Santos 9,0 8,5 8,8
4 João Maurício Maturana Ferreira 9,0 8,3 8,7
5 Juliana Carvalho Sorrenti 9,5 7,7 8,6
6 Danty Alves Silva 7,5 9,3 8,4
7 Rebecca Henze Basto Lima 8,0 8,5 8,3
8 Kassielle Haical Jacob 10,0 6,0 8,0
9 Maria das Graças Sabino Nobre da Silva 7,0 7,5 7,3
10 Caio Nascimento Araujo 6,0 8,1 7,1
11 Igor Vieira Carneiro 6,5 7,5 7,0

* * * * *

EDITAL

Estão abertas inscrições para o Processo de Seleção 2021 do Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO-UFRJ), de acordo com as informações e critérios a seguir. Clique AQUI para saber o que fazemos no PET.

1. Número de vagas

  • 5 vagas COM bolsa (valor mensal: R$ 400,00)
  • 3 vagas SEM bolsa

Obs: Serão considerado(a)s aprovado(a)s todo(a)s o(a)s aluno(a)s com nota final igual ou superior 7,0. Se participarem efetivamente das atividades do PET, o(a)s aluno(a)s aprovado(a)s sem bolsa podem passar à condição de bolsistas no caso de abertura de vaga, obedecendo a ordem de classificação do processo seletivo.)

 

2. Pré-requisitos para aceitação da inscrição (leitura importante!)

    1. Estar matriculado(a) do 1º ao 4º período.

Observação 1: É fundamental, antes da inscrição, a leitura do Manual de Orientações Básicas do PET (http://portal.mec.gov.br/pet/manual-de-orientacoes), para conhecimentos dos direitos e deveres do(a) petiano(a).
Vale a pena destacar, entre outros requisitos, que o(a) aluno(a) precisa “ter disponibilidade para dedicar vinte horas semanais às atividades do programa” (item 1.1.4., p. 19). Por causa das mudanças no calendário letivo da UFRJ em 2021, devido à pandemia, as férias do grupo ocorrerão nos recessos entre os períodos de aulas.
É recomendável também ler os critérios de desligamento do(a) bolsista no Manual (p. 20-21).

Observação 2: A bolsa só é homologada mensalmente se o(a) aluno(a) atender os seguintes requisitos que o tutor precisa responder:

      • Os estudantes bolsistas do PET ESTÃO regularmente matriculados em curso de graduação nessa IES e CUMPRIRAM a carga horária de 20 horas semanais no desempenho das atividades programadas no Planejamento Anual do Grupo de Tutoria?
      • Os estudantes bolsistas integrantes do Grupo OBTIVERAM bom rendimento acadêmico em conformidade com os parâmetros fixados pelo colegiado máximo de ensino de graduação dessa IES (Instituição de Ensino Superior) e CUMPRIRAM com os deveres de que tratam os incisos I a III e de V a VIII do art. 18 da Portaria MEC nº 976, de 27.7.2010?
      • Existem estudantes bolsistas integrantes do Grupo que acumularam duas reprovações em disciplinas após o seu ingresso no PET?

 

3. Primeira Etapa - Inscrição

Para ter aceita a inscrição, o(a) candidato(a) deve observar os seguintes itens:

  1. Envio de um TEXTO dissertativo-argumentativo - para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., de 12 a 26 de março (até às 23h59min) - reunindo as questões desenvolvidas nos seguintes textos:

> CASTELLS, Manuel. "A comunicação na era digital", capítulo do livro Comunicación y poder. [clique AQUI para baixar]

> PARISER, Eli. "Introdução" do livro O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. [clique AQUI para baixar]

::: O e-book está no formato ePub e, para ser lido, é necessário um programa no computador (pode ser o gratuito Adobe Digital Editions) ou um aplicativo no celular/tablet (no iPhone e no iPad, pode ser o Books/Livros; em equipamentos Android, pode ser qualquer um leitor de livros eletrônicos. Só não é compatível com equipamentos da Amazon).

Observações sobre a escrita:

  • A partir dos aspectos levantados pelos dois autores, o(a) candidato(a) deve desenvolver um texto dissertativo com suas próprias palavras, ou seja, sem copiar literalmente os autores, fazendo-os "dialogar", ou seja, mostrar em que aspectos convergem ou divergem, ou como as ideias de um ajudam a explicar o outro.
  • Caso algum trecho dos autores venha a ser citado literalmente, este deve ser colocado entre aspas e seguido, entre parênteses, do sobrenome do autor.
  • O texto deve ter entre 3.000 e 5.000 caracteres (com espaços), já incluídos título, nome do autor, período e DRE, e não pode ser redigido na forma de lista.
  • Serão levados em consideração na correção a ortografia (concordâncias verbal e nominal, pontuação, acentuação etc.) e a capacidade argumentativa em relação às ideias e conceitos apresentados por Castells e Pariser. Identificada qualquer cópia literal de qualquer texto (de livro ou internet), o(a) candidato(a) será eliminado(a). 

Observação: No assunto do e-mail, incluir o título Processo Seletivo 2020 seguido do nome do(a) candidato(a). O texto pode ser enviado, como anexo, nos formatos DOC, RTF, TXT e PDF. Não pode ser através de compartilhamento do Google Docs.

 

4. Segunda Etapa - Entrevista pessoal remota

O(a)s candidato(a)s que alcançar nota 7,0 (sete) ou superior na Primeira Etapa participarão de entrevista individual - no dia 31 de março, a partir de 10:00 - baseada no texto usado para a inscrição e na leitura do seguinte artigo:

BARTHES, Roland. A retórica da imagem. [Clique AQUI para baixar]

 

Observações:

      • O anúncio da marca Panzani citado no texto pode ser encontrado AQUI ou nesta página, depois da tabela com o calendário.
      • As entrevistas acontecerão de acordo com a ordem de classificação do(a)s aprovado(a)s na primeira etapa.
      • Cada entrevista remota, individual, deve durar até 15 minutos e será gravada.
      • As entrevistas serão realizadas através da ferramenta Google Meet - inclusive em vídeo - ou outra no caso de impedimento da primeira. O link da reunião será enviado para o e-mail do(a) candidato(a) 3 minutos antes da hora prevista para a entrevista, que será divulgada previamente.

5. Calendário

ATIVIDADE DATA
INSCRIÇÃO
apenas com o envio do TEXTO dissertativo-argumentativo
de 12 a 26 de março (até às 23h59min)
Divulgação do(a)s APROVADO(A)S na primeira etapa até 29 de março

ENTREVISTAS pessoais baseadas no TEXTO escrito pelo(a) candidato(a) e no texto de Roland Barthes indicado para leitura (cada entrevista, individual, deve durar no máximo 15 minutos e será gravada)


Obs: Dependendo da quantidade de aprovado(a)s para a segunda etapa, as entrevistas poderão acontecer também no dia 1 de abril, a partir de 10:00
31 de março
(a partir de 10:00, de acordo com a ordem de classificação dos aprovados na primeira etapa, remotamente, através do Google Meet ou outra ferramenta online)
Divulgação do RESULTADO FINAL 2 de abril

 

 

 

 


O que fazemos no PET

O PET é um programa do Ministério da Educação (MEC), subordinado à Secretaria de Ensino Superior (SESu), desenvolvido por estudantes de graduação, com a tutoria de um(a) professor(a), através de atividades em que estejam associadas o ensino, a pesquisa e a extensão.

No PET-ECO, as atividades de ENSINO se dividem em:

  • oficinas ministradas pelo tutor e, principalmente, pelo(a)s petiano(a)s sobre temas da área da comunicação, a partir de conhecimentos obtidos em atividades realizadas no próprio PET ou outros que o(a)s aluno(a)s já têm de outras experiências em disciplinas da ECO ou fora da universidade (cursos, oficinas, treinamentos...). O objetivo com as oficinas é a multiplicação de saberes com o(a)s demais aluno(a)s da ECO, da UFRJ ou mesmo de fora da universidade (caracterizando-se como atividades de extensão).

  • disciplinas ofertadas na grade oficial da ECO, que permitem aproveitamento na forma de créditos para a formação do(a)s aluno(a)s nas habilitações de Comunicação - Jornalismo, Publicidade, Radialismo e Produção Editorial - e do curso de Direção Teatral; mas também para qualquer outro(a) aluno(a) da UFRJ. 

 

A EXTENSÃO pode resultar de diferentes atividades que tenham como alvo o público externo à unidade, cujas concepção, planejamento e organização são feitas pelo(a)s petiano(a)s, sob supervisão do tutor. Pode acontecer através de:

  • eventos acadêmicos (como o Meio a Meios - voltado aos alunos de jornalismo da ECO e demais interessados externos; Editor em Ação - evento do curso de Produção Editorial; I Seminário de Humanidades Digitais, com o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - PPGCI/IBICT/ECO-UFRJ; entre outros.

  • oficinas e cursos, desde que com a participação da comunidade externa à UFRJ.

A PESQUISA é realizada através de:

  • proposição, desenvolvimento de proposta/projeto e realização de pesquisas acadêmicas, anualmente, sob orientação do tutor, cujo objetivo principal é a apresentação dos resultados durante a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ. A pesquisa pode ainda ser apresentada em outros eventos acadêmicos (dentro e fora do Rio) e também resultar em artigos científicos a serem submetidos a revistas acadêmicas.

  • grupo de estudos, com reuniões semanais - sempre às quintas-feiras, de 11 às 13h -, com interesse principal em metodologias de análise, sendo as mais discutidas, a partir da leitura de textos indicados pelo tutor, a Análise de Discurso, Análise de Conteúdo, Semiologia e Semiótica.

  • O grupo tem também investido na metodologia de Análise de Rede Social (ARS), devido às pesquisas que vêm sendo realizadas tendo como foco os diferentes fenômenos comunicacionais na internet (principalmente nas redes sociais online). Como consequência do interesse nessa temática, e também em Jornalismo de Dados, vem ainda se dedicando ao estudo de ferramentas (softwares, aplicativos, linguagens de programação...) que possibilitem coletar e analisar grandes volumes de dados encontrados na internet.  

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Processo seletivo PET-ECO 2020

Resultado final do processo seletivo

# Nome Situação
1 Lianne Henriques Jorge Aprovada com bolsa
2 Sofia Balmant Leão Aprovada com bolsa
3 Carolina Torres Rolim dos Santos Aprovada com bolsa
4 Robertha Carolina Constantino Braga Gonçalves Aprovada com bolsa
5 Ludmila Rancan Bissoli Aprovada com bolsa
6 Larissa Rogerio Silva Aprovada sem bolsa
7 Sara Facchinett Maluf Aprovada sem bolsa

Obs: Quem foi aprovada sem bolsa, se estiver participando das atividades do PET, terá direito à vaga no caso de desistências atuais ou futuros pedidos de desvinculação, obedecendo a ordem de aprovação.

Quadro de horários das entrevistas

Dia 22/06/2020 - segunda-feira
Nome Horário
Ludmila Rancan Bissoli 9:00-9:20
Carolina Torres Rolim dos Santos 9:30-9:50
Sofia Balmant Leão 10:00-10:20
Lianne Henriques Jorge 10:30-10:50
Larissa Rogerio Silva 11:00-11:20
Sara Facchinett Maluf 11:30-11:50
Robertha Carolina C. Braga Gonçalves 12:00-12:20

 

Estão abertas inscrições para o Processo de Seleção 2020 do Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO-UFRJ), de acordo com as informações e critérios a seguir. Clique AQUI para saber o que fazemos no PET.

1. Número de vagas

  • 5 vagas COM bolsa (valor mensal: R$ 400,00)
  • vagas SEM bolsa (todos os alunos aprovados com nota final igual ou superior 7,0. Se participarem efetivamente das atividades do PET, o(a)s aluno(a)s aprovado(a)s sem bolsa podem passar à condição de bolsistas no caso de abertura de vaga, obedecendo a ordem de classificação do processo seletivo.)

 

2. Pré-requisitos para aceitação da inscrição

    1. Estar matriculado(a) do 1º ao 4º período.

Observação 1: É fundamental, antes da inscrição, a leitura do Manual de Orientações Básicas do PET (http://portal.mec.gov.br/pet/manual-de-orientacoes), para conhecimentos dos direitos e deveres do(a) petiano(a).
Vale a pena destacar, entre outros requisitos, que o(a) aluno(a) precisa "ter disponibilidade para dedicar 20 (vinte horas) semanais às atividades do programa" (item 1.1.4., p. 19) e também para participar das atividades do Programa até 14/dezembro de 2020.
É recomendável também ler os critérios de desligamento do(a) bolsista no Manual (p. 20-21).

Observação 2: A bolsa só é homologada se o(a) aluno(a) atender os seguintes requisitos que o tutor precisa responder mensalmente:

      • Os estudantes bolsistas do PET ESTÃO regularmente matriculados em curso de graduação nessa IES e CUMPRIRAM a carga horária de 20 horas semanais no desempenho das atividades programadas no Planejamento Anual do Grupo de Tutoria?
      • Os estudantes bolsistas integrantes do Grupo OBTIVERAM bom rendimento acadêmico em conformidade com os parâmetros fixados pelo colegiado máximo de ensino de graduação dessa IES (Instituição de Ensino Superior) e CUMPRIRAM com os deveres de que tratam os incisos I a III e de V a VIII do art. 18 da Portaria MEC nº 976, de 27.7.2010?
      • Existem estudantes bolsistas integrantes do Grupo que acumularam duas reprovações em disciplinas após o seu ingresso no PET?

 

3. Primeira Etapa - Inscrição

Para ter aceita a inscrição, o(a) candidato(a) deve observar os seguintes itens:

  1. Envio de um TEXTO - para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., de 1 a 15 de junho (até às 23h59min) - dissertativo-argumentativo reunindo as questões desenvolvidas nos seguintes textos:

> CASTELLS, Manuel. "A comunicação na era digital", capítulo do livro Comunicación y poder. [clique AQUI para baixar]

> PARISER, Eli. "Introdução" do livro O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. [clique AQUI para baixar]

::: O e-book está no formato ePub e, para ser lido, é necessário um programa no computador (pode ser o gratuito Adobe Digital Editions) ou um aplicativo no celular/tablet (no iPhone e no iPad, pode ser o Books/Livros; em equipamentos Android, pode ser qualquer um leitor de livros eletrônicos. Só não é compatível com equipamentos da Amazon).

 

Observações sobre a escrita:

  • A partir dos aspectos levantados pelos dois autores, o(a) candidato(a) deve desenvolver um texto dissertativo com suas próprias palavras, ou seja, sem copiar literalmente os autores, fazendo-os "dialogar", ou seja, mostrar em que aspectos convergem ou divergem, ou como as ideias de um ajudam a explicar o outro.
  • Caso algum trecho dos autores venha a ser citado literalmente, este deve ser colocado entre aspas e seguido, entre parênteses, do sobrenome do autor.
  • O texto deve ter entre 2.500 e 5000 caracteres (com espaços) e não pode ser redigido na forma de lista.
  • Serão levados em consideração na correção a ortografia (concordâncias verbal e nominal, pontuação, acentuação etc.) e a capacidade argumentativa em relação às ideias e conceitos apresentados por Castells e Pariser. Identificada qualquer cópia literal de qualquer texto (de livro ou internet), o(a) candidato(a) será eliminado(a).

 

b. O texto deve ser identificado com:

  • Nome completo
  • Período
  • DRE

 

Observação: No assunto do e-mail, incluir o título Processo Seletivo 2020 seguido do nome do(a) candidato(a). O texto pode ser enviado, como anexo, nos formatos DOC, RTF, TXT e PDF. Não pode ser através de compartilhamento do Google Docs.

 

4. Segunda Etapa - Entrevista pessoal remota

O(a)s candidato(a)s que alcançar nota 7,0 (sete) ou superior na Primeira Etapa participarão de entrevista individual - no dia 22 de junho, a partir de 10:30 - baseada no texto usado para a inscrição e na leitura do seguinte texto:

BARTHES, Roland. A retórica da imagem. [Clique AQUI para baixar]

 

Observações:

      • O anúncio da marca Panzani citado no texto pode ser encontrado aqui, depois da tabela com o calendário
      • As entrevistas acontecerão de acordo com a ordem de classificação do(a)s aprovado(a)s na primeira etapa.
      • Cada entrevista, individual, deve durar entre 15 e 20 minutos e será gravada.
      • As entrevistas serão realizadas através da ferramenta Google Meet - inclusive em vídeo - ou outra no caso de impedimento da primeira. O link da reunião será enviado para o e-mail do(a) candidato(a) 3 minutos antes da hora prevista para a entrevista, que será divulgada previamente.

 

5. Calendário

ATIVIDADE DATA
INSCRIÇÃO
apenas com o envio do TEXTO dissertativo-argumentativo
de 1 a 15 de junho (até às 23h59min)
Divulgação do(a)s APROVADO(A)S na primeira etapa até 18 de junho

ENTREVISTAS pessoais


Obs: Dependendo da quantidade de aprovados para a segunda etapa, as entrevistas poderão acontecer também no dia 23 de junho, a partir de 10:30
22 de junho
Divulgação do RESULTADO FINAL 25 de junho

 

 

 

 


O que fazemos no PET

O PET é um programa do Ministério da Educação (MEC), subordinado à Secretaria de Ensino Superior (SESu), desenvolvido por estudantes de graduação, com a tutoria de um(a) professor(a), através de atividades em que estejam associadas o ensino, a pesquisa e a extensão.

No PET-ECO, as atividades de ENSINO se dividem em:

  • oficinas ministradas pelo tutor e, principalmente, pelo(a)s petiano(a)s sobre temas da área da comunicação, a partir de conhecimentos obtidos em atividades realizadas no próprio PET ou outros que o(a)s aluno(a)s já têm de outras experiências em disciplinas da ECO ou fora da universidade (cursos, oficinas, treinamentos...). O objetivo com as oficinas é a multiplicação de saberes com o(a)s demais aluno(a)s da ECO, da UFRJ ou mesmo de fora da universidade (caracterizando-se como atividades de extensão).

  • disciplinas ofertadas na grade oficial da ECO, que permitem aproveitamento na forma de créditos para a formação do(a)s aluno(a)s nas habilitações de Comunicação - Jornalismo, Publicidade, Radialismo e Produção Editorial - e do curso de Direção Teatral; mas também para qualquer outro(a) aluno(a) da UFRJ. 

 

A EXTENSÃO pode resultar de diferentes atividades que tenham como alvo o público externo à unidade, cujas concepção, planejamento e organização são feitas pelo(a)s petiano(a)s, sob supervisão do tutor. Pode acontecer através de:

  • eventos acadêmicos (como o Meio a Meios - voltado aos alunos de jornalismo da ECO e demais interessados externos; Editor em Ação - evento do curso de Produção Editorial; I Seminário de Humanidades Digitais, com o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - PPGCI/IBICT/ECO-UFRJ; entre outros.

  • oficinas e cursos, desde que com a participação da comunidade externa à UFRJ.

A PESQUISA é realizada através de:

  • proposição, desenvolvimento de proposta/projeto e realização de pesquisas acadêmicas, anualmente, sob orientação do tutor, cujo objetivo principal é a apresentação dos resultados durante a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ. A pesquisa pode ainda ser apresentada em outros eventos acadêmicos (dentro e fora do Rio) e também resultar em artigos científicos a serem submetidos a revistas acadêmicas.

  • grupo de estudos, com reuniões semanais - sempre às quintas-feiras, de 11 às 13h -, com interesse principal em metodologias de análise, sendo as mais discutidas, a partir da leitura de textos indicados pelo tutor, a Análise de Discurso, Análise de Conteúdo, Semiologia e Semiótica.

  • O grupo tem também investido na metodologia de Análise de Rede Social (ARS), devido às pesquisas que vêm sendo realizadas tendo como foco os diferentes fenômenos comunicacionais na internet (principalmente nas redes sociais online). Como consequência do interesse nessa temática, e também em Jornalismo de Dados, vem ainda se dedicando ao estudo de ferramentas (softwares, aplicativos, linguagens de programação...) que possibilitem coletar e analisar grandes volumes de dados encontrados na internet.  

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Atividade de redação

Apuração para redação de reportagem sobre mais
um recorde de recalls de automóveis, em 2018

As informações a seguir devem ser usadas para a escrita dos dois primeiros parágrafos de uma reportagem cujo objetivo é mostrar que 2018 foi mais um ano de aumento do número de recalls de automóveis no Brasil. E quem mais sai perdendo com a falta de qualidade dos  veículos são os motoristas.

O 1º parágrafo deve começar com o relato narrativo, em 3ª pessoa, de uma das histórias envolvendo pessoas acidentadas. Esse relato deve ser seguido do TÓPICO FRASAL (em 1 ou 2 períodos). E, antes de terminar o parágrafo, outros dados podem ser usados para reforçar o que é afirmado no tópico frasal.

O 2º parágrafo pode começar logo com o TÓPICO FRASAL, cuja questão devem ser as explicações para o crescimento das convocações dos donos de carros em praticamente todos os anos da última década. Use declarações de especialistas, mas deixe em discurso direto apenas os trechos mais importantes. Outros trechos que resolver usar coloque-os em discurso indireto, citando a fonte. Também use dados de veículos que passaram por recalls.

DADOS OFICIAIS

Histórico de recalls de veículos* no Brasil

Ano

Convocações

Número de veículos

2008

23

954,51 mil

2009

32

439,78 mil

2010

51

1,1 milhão

2011

34

595,42 mil

2012

35

335,15 mil

2013

58

656,95 mil

2014

61

1,11 milhão

2015

116

2,86 milhão

2016

122

1,66 milhão

2017

128

1,96 milhão

2018

137

2,17 milhão

* Inclui veículos de passeio e utilitários, motocicletas, caminhões e quadriciclos.
Fonte: Senacon/Ministério da Justiça

 

 

CASOS DE RECALL EM 2018

CASO 1 - Fiat Uno, Palio e Grand Siena (janeiro): problema no airbag – 13.384 unidades afetadas.
Modelos são equipados com airbags da empresa Takata. Falha no insuflador pode lançar fragmentos metálicos contra os passageiros.

CASO 2 - Ford Fusion (junho): problema no volante – 32.140 unidades afetadas.
Volante dos modelos 2014 a 2018 pode se soltar.

 

 

RELATOS DE ACIDENTES

. “No mês de novembro do ano passado, cheguei a um estacionamento da rua Pamplona (no bairro Conjunto Lagoa, em Belo Horizonte) para parar meu carro Honda Fit 2017, automático, com apenas 5000 km. Fui colocar o carro um pouco mais para frente. Repentinamente o carro acelerou como se o acelerador tivesse emperrado até o fundo e desceu em alta velocidade pelo estacionamento, apesar de todas as minhas tentativas de pará-lo, pisando no freio e puxando o freio de mão. O máximo que consegui fazer foi desviar de vários carros que estavam no caminho e ir até o fundo do estacionamento, onde bati no muro, atravessando-o e indo parar na outra rua, onde ainda atingi um carro estacionado no meio fio. Esse percurso foi de mais ou menos 150 metros em que o carro não obedeceu a nenhum comando, indo em alta velocidade em direção ao muro. Só estou viva por graça de Deus; o carro ficou em pé, e só não virou por cima do outro carro porque foi parado pelo impacto dos tijolos do muro e de um guard rail que havia acima do muro e que segurou a traseira do carro. Tenho absoluta certeza de que não fiz nada errado: dirijo há mais de 20 anos, sempre carros automáticos, aqui e fora do Brasil, onde morei, e tive outro Honda Fit automático antes desse por três anos.”

::: Marizilda Martins, 36 anos, bióloga.

 

. “Na ocasião, eu viajava para o interior do estado com a família e seguia, por volta do meio-dia, pelo km 93,5 da rodovia Castello Branco. Foi quando houve um fechamento entre dois carros e um deles bateu no meu Grand Siena. O meu carro foi empurrado contra a mureta e, na sequencia, o eixo traseiro se deslocou totalmente. O que eu estranhei é que quando se bate, quebra uma roda, quebra a campana ou sai a roda, mas não, saiu a roda com o sistema de freio e o eixo saiu com tudo. Fiquei sem o controle e o carro seguiu na direção de um barranco e rolou por quatro metros abaixo.”

::: Manoel Teixeira Mendes Filho, advogado, morador de Santo André, na Grande São Paulo. O acidente aconteceu no final de janeiro de 2018.

 

OPINIÕES DE ESPECIALISTAS

::: Marcos Morita, especialista em estratégias empresariais, mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie (SP)
. “Diante do cenário de produção global iniciado nos anos 1980, grandes conglomerados, em busca de menores custos de produção e câmbios mais favoráveis, migraram grande parte de suas operações fabris para países em desenvolvimento. E com o ciclo de vida dos produtos cada vez mais curto, as empresas são compelidas a aumentar o ritmo de lançamentos. Muitas vezes as montadoras têm de laçar os produtos antes de estarem totalmente testados, com o medo de perderem mercado. Os carros então são construídos em escala mundial, compartilhando plataformas e componentes, visando economias de escala. O que poderia ser positivo, torna-se uma dor de cabeça global.”

 

::: Francisco Satkunas, diretor da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil)
. “A qualidade dos veículos é afetada por falhas no projeto, na especificação e no processo, matérias-primas defeituosas, transporte e logística inadequados.”

. “70% dos recalls se referem a componentes que as montadoras compram de terceiros, 20% a problemas na montagem e 10% a problemas de projeto e engenharia. Os fabricantes fazem a carroçaria, que não costuma ter recall, e compram peças de fornecedores, como pneus, vidros e amortecedores. Cada automóvel tem em média 3 mil a 4 mil peças. O fato de um carro ser global, contudo, não significa que um recall lá fora seja necessário para um mesmo modelo produzido no Brasil, pois os fornecedores podem ser diferentes."

 

ESTILOS DE PARÁGRAFO [REVISTA SEMANAL DE INFORMAÇÃO]

*** / RACIOCÍNIO INDUTIVO : do particular e específico para o geral / ***

UMA ESTRELA NO ALTAR

Jovem, bonito e carismático, o padre Marcelo Rossi atrai multidões e renova a Igreja Católica no país

Camila Françoso, 17 anos, pediu à amiga Renata de Palma que não se afastasse. A menina tinha medo do ex-namorado, Werick Júnior da Rocha, de 23 anos, que a chamava de dentro de um carro parado em uma rua movimentada do bairro do Limão, em São Paulo. Inútil providência. Renata não pôde fazer nada além de gritar ao ver Camila ser arrastada para dentro da Kombi, sob a mira de um revólver. Werick não se conformava com o fato de Camila ter desfeito o namoro havia um mês. A polícia foi avisada do seqüestro e passou a perseguir o carro. Ao notar que estava para ser preso, Werick, alucinado, deu três tiros à queima-roupa na ex-namorada e, em seguida, suicidou-se, com um disparo na cabeça. Dois dias depois, na última quinta-feira, devastada pela tragédia, a mãe de Camila, a dona de casa Maria de Fátima Balestro Françoso, 43 anos, disparou telefonemas para o outro lado da cidade, a uma hora de distância de carro de sua casa, para um padre que nunca tinha visto ao vivo. Buscava consolo espiritual. O alvo das esperanças da mulher era o padre Marcelo Rossi, 31 anos, o maior fenômeno do catolicismo brasileiro (TÓPICO FRASAL). “Acho que só o padre Marcelo pode tirar esse sufoco que estou sentindo no meu peito”, conta Maria de Fátima, ainda sob efeito de calmantes. Poucos minutos depois, outra mulher, parente de Werick, eram quem dia pedia socorro. Naquela mesma noite, a mãe da garota assassinada ainda foi até a região de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, assistir à missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi para dezenas de milhares de pessoas. Concluído o ritual, ela tentou encontrá-lo pessoalmente. Não conseguiu. Ele já havia saído para fazer seu programa na Rádio América, de São Paulo, na qual é um dos líderes de audiência. Era apenas mais um dos vários compromissos que lotam a agenda do prelado, desde que se tornou a principal figura do movimento católico Renovação Carismática.

O lenitivo que as duas mulheres envolvidas na tragédia paulistana procuravam é o mesmo que milhões de pessoas estão buscando. Tudo o que cerca o padre Marcelo Rossi se conta por números seguidos de muitos zeros. Alguns exemplos: suas missas, no Santuário do Terço Bizantino, um galpão de 20 000 metros quadrados, antiga fábrica na Zona Sul de São Paulo, reúnem até 60 000 católicos. Por mês, os fiéis em frente ao altar somam meio milhão de almas. É gente em busca de cura para todos os males: câncer, depressão, desemprego. Quatro vezes por semana, eles chegam em caravanas de ônibus, a pé e até em carros caros. Espremem-se para ver de perto os louvores do padre Marcelo. Do ponto de vista formal, são missas impecáveis. A liturgia segue à risca as determinações do Concílio Vaticano II. Ritos iniciais, liturgia da palavra, liturgia eucarística, comunhão e ritos finais. Está tudo lá, pronto para passar pelo crivo do católico mais ferrenho. Mas quando o padre Marcelo Rossi irrompe no palco, quer dizer, no altar, sob aplausos e assobios da platéia, não é difícil perceber que se está diante de um evento diferente. Cada celebração é um megaespetáculo. São 15 000 hóstias distribuídas por missa. Na organização, trabalham 940 voluntários, quase sempre arregimentados entre fiéis da diocese de Santo Amaro. Diante da multidão, o padre Rossi é o rei da homilia. Canta, dança, prega de forma didática. Abusa das parábolas e dos diálogos com a platéia. Nada que lembre o ar sisudo de boa parte das missas convencionais.

(Veja, nº 44, edição 1571, 4 de novembro de 1998, pp. 114-120).

 

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A LÓGICA BRUTAL DO EXTERMÍNIO

Eles matam o jurado de morte e todos os que, por infelicidade, se encontram no local da execução

A luz vermelha se acendeu no semáforo. Embora fosse tarde da noite, o táxi freou. Levava três passageiros do trabalho para casa, na Zona Sul de São Paulo. Nesse momento, o Voyage roubado que o seguia a distância acelerou e deu uma pequena batida em sua traseira. O taxista desceu para verificar o estrago. Os dois ocupantes do Voyage também saíram, já empunhando suas armas. Dentro do táxi, os três passageiros nem sequer tiveram tempo de reagir. Odair Ferreira, 60 anos, seu filho Odai Tadeu, e Sérgio Nakano, 41, morreram na hora. O motorista fugiu correndo. Os matadores escaparam em duas motos que os apoiavam. Nunca foram descobertos. Durante dois anos, a polícia paulista investigou o assassinato, cometido no dia 24 de fevereiro de 1995, ouviu 25 pessoas e chegou a alguns prováveis suspeitos. Mas a apuração parou sem que ninguém fosse indiciado, e o processo foi arquivado como “crime de autoria desconhecida”. Para a polícia, Odair Ferreira teria morrido por problemas ligados a dívidas em seu pequeno supermercado na periferia de São Paulo. O filho Tadeu e o gerent do supermercado, Sérgio Nakano, foram assassinados porque estavam em sua companhia. Os matadores não queriam deixar testemunhas. Na Grande São Paulo, chacinas como essa se repetem em média cinco vezes por mês. Em geral envolvem três mortos, mas já houve casos com oito e até com doze vítimas fatais. Elas correspondem, em números absolutos, a perto de 3% dos assassinatos na região. Apesar de se tratar da minoria das ocorrências, as chacinas enquadram-se numa das modalidades mais comuns de homicídio na periferia: os crimes premeditados, com hora marcada para acontecer (TÓPICO FRASAL). Em 1984, o total de assassinatos foi de 3 500. No ano passado, já estava na casa das 8 500 mortes. Para a cadeia, vai uma ínfima minoria.

Ao contrário dos homicídios provocados por brigas em bar, desentendimentos amorosos, dívidas financeiras e outros motivos banais, os crimes premeditados são de difícil apuração. Quase nunca têm testemunhas. Quando têm, elas sentem-se intimidadas e silenciam. Por trás das chacinas, há criminosos contumazes, conhecidos e temidos em sua região, onde os moradores não ousam apontá-los nem ao melhor amigo, quanto mais à polícia. Isso ajuda a explicar por que a polícia, ao fim de investigações ineptas, classifica tais crimes como insolúveis.

(Veja, nº 36, edição 1614, 8 de setembro de 1999, pp. 44-53).

 


*** / RACIOCÍNIO DEDUTIVO : do geral para o particular e específico / ***

O relâmpago Popó

Em dois minutos de luta, o baiano Acelino Freitas torna-se campeão mundial de boxe

A entrada do baiano Acelino “Popó” Freitas no grande mundo do boxe foi como um furacão. Em menos de dois minutos, ele arrasou o russo Anatoli Alexandrov, que se interpunha entre ele e o título mundial dos superpenas. A luta aconteceu no sábado dia 7 em Le Cannet, na França. Em estado de pré-coma, Alexandrov, 32 anos e 35 vitórias anteriores, saiu do ringue carregado direto para o hospital e só recebeu alta no dia seguinte. Em estado de euforia, Popó embolsou um cheque de 50 000 dólares pela vitória — prêmio irrisório para os padrões do boxe internacional, mas o maior de sua carreira. E comemorou a volta do Brasil à lista dos países com campeões mundiais de boxe, depois de 24 anos. O pugilista baiano é apenas o terceiro brasileiro a ostentar o cinturão de campeão mundial.

Na tarde de terça-feira, Popó foi recebido em Salvador por 1 500 pessoas, com desfile no carro de bombeiros e trio elétrico. Uma banda seguiu o cortejo executando o “melô do Popó” acompanhada pelos fãs com a “dança do nocaute”. Popó apareceu em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros vestido com bermuda, luvas de boxe e roupão verde, amarelo e branco de lantejoulas, o mesmo uniforme que usou na luta da vitória. “Já esperava uma recepção calorosa”, disse ele. “Mesmo assim, fiquei surpreso.”

(Veja, nº 33, edição 1611, 18 de agosto de 1999, pp. 72-3).